quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Viola Caipira


A viola caipira, também chamada simplesmente de viola é um instrumento musical de cordas.


Existem várias denominações diferentes para Viola, utilizadas principalmente em cidades do interior: viola de pinho, viola caipira, viola sertaneja, viola de arame, viola nordestina, viola cabocla, viola cantadeira, viola de dez cordas, viola chorosa, viola de queluz, viola serena, viola brasileira, entre outras.

A viola tem características muito semelhantes ao violão. Tanto no formato quanto na disposição das cordas e acústica, porém é um pouco menor.

Tem sua origem nas violas portuguesas. Chegou ao Brasil trazida por colonos portugueses de diversas regiões do país. Existem diversos tipos de afinações para este instrumento, sendo utilizados de acordo com a preferência do violeiro. As mais conhecidas são Cebolão, Rio Abaixo, Boiadeira e Natural.

A disposição das cordas da viola é bem específica: 10 cordas, dispostas em 5 pares. Os dois pares mais agudos são afinados na mesma nota e mesma altura, enquanto os demais pares são afinados na mesma nota, mas com diferença de alturas de uma oitava. Estes pares de cordas são tocados sempre juntos, como se fossem uma só corda.
 

Uma característica que destaca a viola dos demais instrumentos é que o ponteio da viola utiliza muito as cordas soltas, o que resulta um som forte e sem distorções, se bem afinada. As notas ficam com timbre ainda mais forte pois este é um instrumento que exige o uso de palheta, dedeira ou principalmente unhas compridas, já que todas as cordas são feitas de aço e algumas são muito finas e duras.

Quase todas as violas, por tradição, carregam pequenos chocalhos feitos de guizo de cascavel, pois segundo a lenda, tem poder de proteção para a viola e para o violeiro. Segundo contam os violeiros de antigamente, o poder do guizo chega a quebrar as cordas e até mesmo o instrumento do violeiro adversário.

A viola é o símbolo da original música sertaneja, conhecida popularmente como moda de viola ou música raiz. Estas são tocadas geralmente por duplas de violeiros, vestidos com roupas tradicionais do sertão brasileiro: chapéu de palha, camisa, calça e botinas. Entre as duplas de violeiros mais conhecidas, podemos destacar: Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco, Liu e Léu, Vieira e Vieirinha, Zé Carreiro e Carreirinho, além de violeiros que se destacaram individualmente, como Nestor da Viola, Toninho Ramos, Almir Sater, Renato Teixeira, entre outros.

Existem diversas lendas acerca da tradição dos violeiros. Acredita-se que a arte de tocar viola seja um dom de Deus, e quem não o recebeu ao nascer nunca será um violeiro de destaque. Porém, a lenda diz que mesmo a pessoa não contemplada com este dom pode adquirir habilidade de um bom violeiro. Uma das opções é a simpatia da cobra-coral. A outra, é firmando um pacto com o Diabo, de onde são contados dezenas de “causos” de pessoas que tentaram ser bons violeiros.

Outra característica do violeiro típico do sertão são os duelos de tocadores. Todo bom violeiro se auto-afirma o melhor da região. Se outro violeiro o contraria, a disputa segue, metaforicamente, sob a lei do faroeste. Neste caso, o duelo esta lançado.

No Brasil, a viola está sendo cada vez menos tocada, abrindo espaço para o violão e a guitarra. Nas cidades interioranas de São Paulo, Minas Gerais, porém, até mesmo nestes locais a tradição vem sendo cada vez mais esquecida, caminhando para o desaparecimento.



Hoje em dia os músicos brasileiros, embora ainda recebam influências de fora, respeitam e são estimulados a tocar viola. Como podemos ver nestes excelentes músicos e orquestras de viola que se formam. A viola está presente em diversas manifestações brasileiras, como: Fandango, Folia de Reis, e outras, pelo Brasil a fora.

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